O que é biodiversidade?

      A biodiversidade resulta de milhões de anos de evolução biológica e é o componente do sistema de suporte à vida de nosso planeta. Além do valor intrínseco de cada espécie, seu conjunto, bem como o de interações entre espécies e destas com o meio físico-químico, resultam em serviços ecossistêmicos imprescindíveis para manter a vida na terra. Sendo assim, a ciência da biodiversidade é amplamente reconhecida como área prioritária de investigação científica, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. No Brasil, a pesquisa em biodiversidade pode ser dividida em três principais vertentes1:
 
1) descoberta e caracterização da biodiversidade, inclusive marinha e em paisagens alteradas  – sistemática e taxonomia;
 
2) compreensão do funcionamento de ecossistemas e serviços ambientais, inclusive marinhos e em paisagens alteradas;
 
3) bioprospecção da quimiodiversidade da biota brasileira.
 
 
A PESQUISA EM BIODIVERSIDADE NO BRASIL
 
       Em 2005, Lewinsohn e Prado estimaram que o Brasil abrigava entre 170 mil e 210 mil espécies biológicas conhecidas, o que correspondia a cerca de 10% da biota mundial já estudada. Os mesmos autores projetaram que o número total de espécies biológicas brasileiras seja da ordem de 1,8 milhão de espécies. Esses números dão uma  ideia  do  gigantesco  desafio  para  os pesquisadores brasileiros que atuam nessa grande área que a caracterização, conservação,  restauração  e  uso  sustentável  da biodiversidade abrange1.
 

 

      Observe a Figura abaixo.

 

     Nela estão representados espécies de besouros, insetos pertencentes à ordem Coleoptera.1 A ordem Coleoptera é a que inclui o maior número de espécies: cerca de 350 mil ou cerca de 40% das espécies de insetos conhecidos, sendo portanto o grupo animal mais diversificado existente. O número de espécies de besouro é seis vezes maior que o número de espécies de vertebrados até hoje identificadas.

 

Biodiversidade ou diversidade biológica refere-se ao número de espécies existentes numa área definida. De uma forma mais geral, a biodiversidade refere-se à variedade da vida na Terra, incluindo a variedade de genes, espécies, populações e ecossistemas. Em 2003 o professor Anthony Campbell definiu um novo nível de diversidade biológica: Diversidade Molecular.

O número total de espécies no planeta Terra é estimado entre 7 a 20 milhões, dos quais apenas cerca de 1,75 milhões foram cientificamente descritos. A diversidade de espécies aumenta na direção polo → equador; a maioria das espécies encontram-se portanto nas regiões tropicais e sub-tropicais.

As atividades humanas e suas consequências, tais como o efeito estufa e a poluição das águas, têm causado um acentuado declínio da diversidade biológica no planeta. A perda de biodiversidade é irreversível, uma vez que não se pode recuperar um gene, uma espécie, uma população ou um ecossistema perdidos.

A forma mais direta de medir a perda de biodiversidade é através da redução do número de espécies (num dado espaço). Mas a efetiva perda de biodiversidade não pode ser medida dessa forma tão simples, uma vez que a diversidade biológica inclui outros níveis de organização, acima e abaixo do nível "espécie". Por exemplo, é possível a perda de comunidades biológicas inteiras; a redução ou degradação acentuada de um ecossistema, ou comunidade biológica, mesmo que não implique uma diminuição do número de espécies, representa uma clara redução na biodiversidade2.

 

Fonte:
 
1) Diagnóstico da pesquisa em biodiversidade no Brasil
 
     Carlos A. Joly, Célio F. B. Haddad, Luciano M. Verdade, Mariana Cabral de Oliveira, Vanderlan da Silva Bolzani, Roberto G. S. Berlinck.